o dia dela
– para inteiro me ser –
ficou onde não estive,
dentro do que não tive
já antes de nascer.
Estou sempre aquém
do que não sou. Cheguei
escasso de mim, vasilha
de argila inacabada.
Onde estiver, por mais
que todo eu me dê,
sempre incompleto estarei.
No que fizer, deixo
na mesma face do feito
a marca da mão que faz
e a da mão que não se fez.
Levo comigo uma fome
que, sem boca, me come.