sexta-feira, março 21, 2008

o dia dela

O que em mim faz falta
– para inteiro me ser –
ficou onde não estive,
dentro do que não tive
já antes de nascer.

Estou sempre aquém
do que não sou. Cheguei
escasso de mim, vasilha
de argila inacabada.

Onde estiver, por mais
que todo eu me dê,
sempre incompleto estarei.
No que fizer, deixo
na mesma face do feito
a marca da mão que faz
e a da mão que não se fez.

Levo comigo uma fome
que, sem boca, me come.


Thiago de Mello

we carry on

passo largo
olhar fixo

quinta-feira, março 20, 2008


Antonín Dvorák

a concorrência desleal


ao Vladimir Pinta

quinta-feira, março 13, 2008


o castelo de Kafka

quarta-feira, março 12, 2008

sexta-feira, março 07, 2008

é estranho mas eu gostava...


de participar na meia-maratona de Lisboa

mas nesses dias decorrem processos de metamorfose

em Abril águas mil?


Março é de despedida
em Abril o tempo é de alegria

quinta-feira, março 06, 2008

lembra-me para te abraçar


acabou o que começou. acabou a origem. diz-se cansada. diz-se sem sentido. acabou onde comecei a ler. onde comecei a conhecer. acabou as visitas regulares. acabou onde me revia. onde vivia. acabou de forma esperada. acabou de forma suave. sem grandes artifícios ou explosões. acabou de forma sincera. com um sorriso em calma. acabou dizendo "That's all folks!".

distam, fora arredondamentos, mil e alguns dias dos meus tempos de visitante bloguista, não confundir com bloquista, em blogues meramente informativosbarrahumorísticosbarrapolíticosbarra maisalgumasalgaraviadas. 
distam, fora arredondamentos, mil e alguns dias do momento em que uma menina me fez conhecer os blogues pessoais barrainformativosbarrhumorísticosbarrapolíticosbarra maisalgumasalgaraviadas, mas sempre pessoais. 
distam, fora arredondamentos, mil e alguns dias do momento em que coloquei os olhos num blogue branquinho, era branquinho sim, de nome afirmativo como gritando diferença. "Living in a folk romantic world" despertou-me o interesse. cativou-me, não tanto, ao pedir-me para lê-lo, mas principalmente no que queria revelar. dizia que ouvia e lia coisas que achava minhas. dizia que tinha feito sonhos meus e que queria fazer experiências minhas. levava-me para outros pessoais e mostrava-me uma sociedade nemporissoanónima. falou-me do desconhecido e do conhecido de palavra próxima.
"Living in a folk romantic world" lançou-me o desafio. primeiro em silêncio. depois em surdina. e acabou em ordem invocada. contou com entre-linhas para me cativar. e juntando 1 mais 1 igual a lixados comecei a colar umas fotos que sentia com umas palavras que espirrava. o Luís, companheiro de sempre, sentiu inveja e exigiu uma cama com três tristes. assim por cá se vai. o Living passou a Folk Romantic World, virou pretinho e acabou com o Porky Pig. se não fosse o Living talvez por estes dias estaria na praia de Altura a apanhar conquilhas numa qualquer explanada coimbrã. se não fosse o Living não haveria tartes de atum com sabor a cereja degustadas na kitschnet de uma blue manhattan ao 53º dia do ano ao som dos Isabelle e com as palavras mais bonitas nas entre-linhas. a isto tudo digo oh!


Catarina
o teu beijinho na pontinha do nariz

a certeza da permanência


quando se encara a fatalidade
chega sempre quem não esquece


obrigado

das certezas da vida...

eu não quero uma menina
nem tão pouco uma mulher
o que eu quero mesmo é uma menina-mulher
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