sexta-feira, junho 30, 2006

Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.


Fernando Pessoa

sguardi verniciati


Dirk Anschütz


numa de mundial...

for tonight...


Herbie Hancock
Head Hunters

quinta-feira, junho 29, 2006

sguardi verniciati


Dirk Anschütz

desse doce querer

"... quero um fio que me conduza ao centro da vida
e trazer ao de cima tudo o que existe lá dentro,
quero o coração do mundo..."


António Lobo Antunes

Nuntius


Livraria Bertrand
A cadeia de livrarias Bertrand foi comprada pelo grupo alemão DirectGroup Bertelsmann, o maior do sector livreiro e de media da Europa, proprietário do Círculo de Leitores.
Fundada em 1732, a Bertrand foi destruída no terramoto de 1755, mas viria a renascer anos depois na rua Garrett, onde ainda hoje se mantém. É actualmente a maior cadeia portuguesa de livrarias, tendo, para além da casa-mãe, no Chiado, outras 47 lojas espalhadas por todo o país. Dá trabalho a cerca de 400 pessoas e no ano passado registou um volume de vendas de 40 milhões de euros.Em 1732, o francês Pedro Faure decidiu abrir uma loja de livros na Rua Direita ao Loreto. Para garantir a continuação do negócio, casou a sua filha com o livreiro francês Pierre Bertrand, que juntamente com um irmão viria a fundar a livraria Bertrand.Em 1773, quase 20 anos após o sismo que devastou a capital, a livraria reabriu na rua Garrett, em pleno Chiado, onde se mantém a mais importante de todas as lojas do grupo.Ao longo de mais de dois séculos, a livraria tornou-se um local de tertúlia, sendo frequentada por notáveis. Por lá passaram Alexandre Herculano, Oliveira Martins, Eça de Queirós, Antero de Quental e Ramalho Ortigão.Mais tarde seria Aquilino Ribeiro um dos assíduos, tendo mesmo sido criado na sala de entrada da livraria o "cantinho do Aquilino". Fernando Namora, Urbano Tavares Rodrigues e José Cardoso Pires também constam do historial da Bertrand.O representante do grupo Bertelsmann em Portugal, João Alvim, anunciou hoje que a compra do grupo Bertrand vai envolver um primeiro investimento de 30 milhões de euros, que inclui a abertura de novas lojas da marca no país e a sua expansão para Espanha.

Nuntius


A actriz Catherine Deneuve confessou hoje que gostaria de filmar com actores como Al Pacino, Sean Penn e Robert de Niro, numa conferência de imprensa, em Lisboa, em que elogiou o realizador português Pedro Costa.
Actualmente em Portugal para apresentar dois espectáculos que constituem uma homenagem aos compositores galardoados por Hollywood, Deneuve, nascida em Outubro de 1943, falou aos jornalistas da importância da música no cinema e revelou que os seus gostos musicais vão do "rap" a Bach.
"Há músicas de filmes que se tornaram inesquecíveis", afirmou a actriz, apontando a banda sonora de "E tudo o vento levou", de "Doutor Jivago" e de "A ponte do rio Kwai".

quarta-feira, junho 28, 2006

for tonight...


Psapp
The Only Thing I Ever Wanted


fresquinho, fresquinho

sguardi verniciati


Henri Matisse by Henri Cartier-Bresson

lusofonia


"Ela contraiu a doença em vida."

Dr. Joaquim Infante
Hospital de Santa Maria

for my eyes of soul...


Henri Matisse

terça-feira, junho 27, 2006

do you feel the bubble?!


Bjork by Jean-Baptiste Mondino

for tonight...


Bjork
Debut

105 million


Gustav Klimt
Portrait of Adele Bloch-Bauer

sábado, junho 24, 2006

e lá vieste com a mesma lenga-lenga de sempre

só te disse:
"O corpo de Aristóteles já de sim era enrrugado."

e a conversa findou facilmente.

for tonight...


Moving Units
Dangerous Dreams

lusofonia


"À chegada da polícia,
o cadáver encontrava-se rigorosamente imóvel."


Ribeiro de Jesus
PSP de Faro


As duas ou três vezes que me abriram
A porta do salão onde está gente,
Eu entrei, triste de mim, contente
E à entrada sempre me sorriram...


Mário de Sá-Carneiro

quinta-feira, junho 22, 2006

lusofonia

"O difícil, como vocês sabem, não é fácil."

Jardel

De que me rio eu?... Eu rio horas e horas
só para me esquecer, para me não sentir.
Eu rio a olhar o mar, as noites e as auroras;
passo a vida febril inquietantemente a rir.

Eu rio porque tenho medo, um terror vago
de me sentir a sós e de me interrogar;
rio pra não ouvir a voz do mar pressago
nem a das coisas mudas a chorar.

Rio pra não ouvir a voz que grita dentro de mim
o mistério de tudo o que me cerca
e a dor de não saber porque vivo assim.

António Patrício

for my eyes of soul...


Toulouse Lautrec
The Kiss
Maybe Not, Maybe Not

for tonight...


Yo La Tengo
I Can Hear the Heart Beating As One

e um olhar perdido é tão difícil de encontrar
como o é congregar ventos dispersos pelo mar


Ruy Belo


Well sometimes
I think that I’m bigger than the sound

quarta-feira, junho 21, 2006

frase do dia

"Os jogos são como as melancias..."


Valentim Loureiro

e completou ele

"...só se sabe como são depois de abrir."


Valentim Loureiro

terça-feira, junho 20, 2006

com a graça de Nossa Senhora de Caravaggio

for tonight...


Homelife
Flying Wonders

lusofonia

"Um surdo-mudo foi morto por um mal entendido."


António Sesimbra
O Independente

No rimar da sedução

Os meus medos
–perdidos nas delícias
de tua fruta

Os meus dedos
–nas carícias envolvendo
teus receios

Meu desejo firme
como rocha
no pleonasmo sem fim
de tua gruta

E ainda por cima
de sobra a minha língua
depositada sempre nas últimas sílabas
de teus anseios...


Newton de Lucca

ir ao fundo da questão


Erwin Wurm
Nathaniel Samuel Fisher

1965-2005

sábado, junho 17, 2006

Euforia

Cai neve no cérebro vivo do imaculado - dizem
que este milagres só são possíveis com rosas e
enganos - precisamente no segundo em que a
insónia
transmuda os metais diurnos em estrume do coração

dizem também
que um duende dança na erecção do enforcado - o fulgor
dos sémenes venenosos alastra no brilho dos olhos e
um sussurro de tinta preta aflora os lábios
fere a mão de gelo que se aproxima da boca

o vómito da luz ergue-se
das palavras ditas em surdina

a seguir vem o sono
e o miraculado entra no voo dos cisnes
o dia cansa-se
na brutalidade com que a voz se atira contra as paredes
abrindo fendas
em toda a extensão das veias e dos tendões

quando desperta com o crepúsculo
o miraculado olha-nos fixamente e sorri
dá-nos uma rosa em forma de estilete - fechamos os olhos
sabendo que este é o maior engano
da eternidade.

SIMPLESMENTE ... Al-Berto

quinta-feira, junho 15, 2006

para rever...


Tony Allen no FMM 2006


lá estaremos

for tonight...


Yeah Yeah Yeahs
Show Your Bones



because is Karen O day,
isn't truth?!

Cheated by the opposite of love


foto: Jan Saudek

um grito diário



Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um

- Eu vi a terra limpa no teu rosto,
Só no teu rosto e nunca em mais nenhum.

Eugénio de Andrade
recordações

2 meses

quarta-feira, junho 14, 2006

for my eyes of soul...


Salvador Dali
Sleep (1937)


cansado de cheiros
que o nariz desconhece
impregnados na pele derramada
vou dormir
com teu cheiro a rir

for tonight...


Nine Horses
Snow Borne Sorrow

sexta-feira, junho 09, 2006


foto: Sérgio Rodrigo




Afinal deste dia fica o que de ontem ficou e ficará de amanhã:

a ansiã insaciável e inúmera de ser sempre o mesmo e outro.



Bernardo Soares

for tonight...


Cat Power
You are free

epitáfio

"Hei-de voltar."


Sulaima Hind

Cig Harvey



Como se não houvera,
Bosque mais secreto,
Como se as nascentes,
Fossem só ardor,
Como se o teu corpo,
Fora a vida toda,
O desejo hesita,
Em ser espada ou flor.

eugénio de andrade

quinta-feira, junho 08, 2006


Textos:
“Passos”, “Acto sem Palavras II”, “Play” e “Catástrofe”,
de Samuel Beckett


Tradução e encenação: Sofia Lobo



De 8 de Junho a 1 de Julho

de terça a sábado, 22h00


pela A Escola da Noite

terça-feira, junho 06, 2006

epitáfio

"Deixem-me em paz."

Kamien Vanhole

for tonight...


Joy Division
Substance

for my eyes of soul


Max Ernst
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.


Mário de Sá-Carneiro
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