quarta-feira, novembro 15, 2006


Robert Doisneau



A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.


Eugénio de Andrade
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