sábado, abril 29, 2006
quinta-feira, abril 27, 2006
Pela luz dos olhos teus
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
Vinicius de Moraes
quarta-feira, abril 26, 2006
segunda-feira, abril 24, 2006
domingo, abril 23, 2006
24 vezes
"Babe
It seems so long
Since you’ve been gone away
And I
Just got to say
That it grows darker with the day"
Nick Cave
sábado, abril 22, 2006
tristeza
Perto de onde se ouvem as ondas azuis do céu
acho que perdi
qualquer coisa de muito valor.
Numa estação nitidamente no passado
em frente do funcionário dos perdidos e achados
senti-me ainda mais triste.
acho que perdi
qualquer coisa de muito valor.
Numa estação nitidamente no passado
em frente do funcionário dos perdidos e achados
senti-me ainda mais triste.
Tanikawa Shuntaro
sexta-feira, abril 21, 2006
O conforto das certezas
e eis que ela, em êxtase contido, proclamou unicamente:
“Por trás daquele monte, cerejas fresquinhas!”
“Por trás daquele monte, cerejas fresquinhas!”
quinta-feira, abril 20, 2006
quarta-feira, abril 19, 2006
Namoro
Num banco de jardim estava eu,
sentado ao lado dela a namorava.
O lago era cetim, veludo o céu,
Cupido com mil setas me alvejava.
Já envolto naquele fogo que arde
sem se ver, debaixo das cuecas,
esperava passar a longa tarde
entre beijos, apalpões e meias-lecas.
Apaixonado disse à mulher amada:
estreita-me mais no teu abraço,
aperta contra o meu teu coração.
E vai daí a gaja ergueu o braço
e o pivete me cravou um tal cagaço
que desmaiado logo tombei no chão.
sentado ao lado dela a namorava.
O lago era cetim, veludo o céu,
Cupido com mil setas me alvejava.
Já envolto naquele fogo que arde
sem se ver, debaixo das cuecas,
esperava passar a longa tarde
entre beijos, apalpões e meias-lecas.
Apaixonado disse à mulher amada:
estreita-me mais no teu abraço,
aperta contra o meu teu coração.
E vai daí a gaja ergueu o braço
e o pivete me cravou um tal cagaço
que desmaiado logo tombei no chão.
Fernando Correia Pina
terça-feira, abril 18, 2006
segunda-feira, abril 17, 2006
sábado, abril 15, 2006
ai que esta doeu...
Who Should Paint You: Salvador Dali |
![]() There's no way a traditional portrait could ever capture you! |
What Artist Should Paint Your Portrait?
sexta-feira, abril 14, 2006
Artur Gonçalves
quinta-feira, abril 13, 2006
Inédito
Nunca te foram ao cu
Nem nas perninhas, aposto!
Mas um homem como tu,
Lavadinho, todo nu, gosto!
Sem ter pentelho nenhum
com certeza, não desgosto,
Até gosto!
Mas... gosto mais de fedelhos.
Vou-lhes ao cu
Dou-lhes conselhos,
Enfim... gosto!
Nem nas perninhas, aposto!
Mas um homem como tu,
Lavadinho, todo nu, gosto!
Sem ter pentelho nenhum
com certeza, não desgosto,
Até gosto!
Mas... gosto mais de fedelhos.
Vou-lhes ao cu
Dou-lhes conselhos,
Enfim... gosto!
António Botto
(O Luís e o seu costume indecifrável de provocação a alheados bigodes recônditos em largos chapéus cravados.
Mano, dizes isto como ninguém.)
Mano, dizes isto como ninguém.)
quarta-feira, abril 12, 2006
Epígrafe
De palavras não sei.
Apenas tento desvendar o seu lento movimento
quando passam ao longo do que invento
como pre-feitos blocos de cimento.
De palavras não sei.
Apenas quero retomar-lhes o peso
a consistência e com elas erguer
a fogo e ferro um palácio de força e resistência.
De palavras não sei.
Por isso canto em cada uma apenas outro tanto
do que sinto por dentro quando as digo.
Palavra que me lavra. Alfaia escrava.
De mim próprio matéria bruta e brava
expressão da multidão que está comigo.
José Carlos Ary dos Santos
Apenas tento desvendar o seu lento movimento
quando passam ao longo do que invento
como pre-feitos blocos de cimento.
De palavras não sei.
Apenas quero retomar-lhes o peso
a consistência e com elas erguer
a fogo e ferro um palácio de força e resistência.
De palavras não sei.
Por isso canto em cada uma apenas outro tanto
do que sinto por dentro quando as digo.
Palavra que me lavra. Alfaia escrava.
De mim próprio matéria bruta e brava
expressão da multidão que está comigo.
José Carlos Ary dos Santos
Balofas carnes de balofas tetas
Balofas carnes de
balofas tetas
caem aos montões
em duas mamas pretas
chocalhos velhos a
bater na pança
e a puta dança.
Flácidas bimbas sem
expressão nem graça
restos mortais de uma
cusada escassa
a quem do cu só lhe
ficou cagança
e a puta dança.
A ver se caça com
disfarce um chato
coça na cona e vai
rompendo o fato
até que o chato
de morder se cansa
e a puta dança.
balofas tetas
caem aos montões
em duas mamas pretas
chocalhos velhos a
bater na pança
e a puta dança.
Flácidas bimbas sem
expressão nem graça
restos mortais de uma
cusada escassa
a quem do cu só lhe
ficou cagança
e a puta dança.
A ver se caça com
disfarce um chato
coça na cona e vai
rompendo o fato
até que o chato
de morder se cansa
e a puta dança.
António Botto
domingo, abril 09, 2006
Os teus pés
Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.
Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
a duplicada purpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram voo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.
contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.
Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
a duplicada purpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram voo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.
Pablo Neruda
sábado, abril 08, 2006
sexta-feira, abril 07, 2006
Recordar...PAPALAGUI
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Opinião de Tuiavii, acerca das habitações do homem branco:
“ É pois nestes baús que o papalagui passa a vida. Encontra-se, consoante a hora, ora num, ora noutro baú. É aí que crescem os seus filhos, entre pedras e muito acima do chão, às vezes mais alto do que o cimo de uma grande palmeira. (...) Há na Europa, tantos homens a viverem deste modo quantas palmeiras há em Samoa, ou mesmo muito mais. Alguns hão-de ter, por certo, um desejo ardente de ver a floresta, o sol e a luz; mas isso é geralmente tido por doença a precisar de remédio.
Quando alguém se não mostra contente com aquela vida vivida no meio das pedras, dizem : « É um indivíduo desnaturado», o que quer dizer: ignora o que Deus destinou para o homem.”
“ É pois nestes baús que o papalagui passa a vida. Encontra-se, consoante a hora, ora num, ora noutro baú. É aí que crescem os seus filhos, entre pedras e muito acima do chão, às vezes mais alto do que o cimo de uma grande palmeira. (...) Há na Europa, tantos homens a viverem deste modo quantas palmeiras há em Samoa, ou mesmo muito mais. Alguns hão-de ter, por certo, um desejo ardente de ver a floresta, o sol e a luz; mas isso é geralmente tido por doença a precisar de remédio.
Quando alguém se não mostra contente com aquela vida vivida no meio das pedras, dizem : « É um indivíduo desnaturado», o que quer dizer: ignora o que Deus destinou para o homem.”
quinta-feira, abril 06, 2006
quarta-feira, abril 05, 2006
A Desgraça do Sonhador
E vocês sabem o que é um sonhador, cavalheiros?
É um pecado personificado, uma tragédia misteriosa, escura e selvagem, com todos os seus horrores frenéticos, catástrofes, devaneios e fins infelizes... um sonhador é sempre um tipo difícil de pessoa porque ele é enormemente imprevisível: umas vezes muito alegre, às vezes muito triste, às vezes rude, noutras muito compreensivo e enternecedor, num momento um egoísta e noutro capaz dos mais honoráveis sentimentos... não é uma vida assim uma tragédia?
Não é isto um pecado, um horror?
Não é uma caricatura?
E não somos todos mais ou menos sonhadores?
É um pecado personificado, uma tragédia misteriosa, escura e selvagem, com todos os seus horrores frenéticos, catástrofes, devaneios e fins infelizes... um sonhador é sempre um tipo difícil de pessoa porque ele é enormemente imprevisível: umas vezes muito alegre, às vezes muito triste, às vezes rude, noutras muito compreensivo e enternecedor, num momento um egoísta e noutro capaz dos mais honoráveis sentimentos... não é uma vida assim uma tragédia?
Não é isto um pecado, um horror?
Não é uma caricatura?
E não somos todos mais ou menos sonhadores?
Fiodor Dostoievski, in 'Escritos Ocasionais'
terça-feira, abril 04, 2006
segunda-feira, abril 03, 2006
Há seres que são mais imagem que matéria
mais olhar do que corpo
tão imateriais os amamos
que quase não queremos tocá-los com palavras
desde a infância os buscamos
mais no sonho que na carne
e sempre no limiar dos lábios
a luz da manhã parece dizê-los
Homero Aridjis
sábado, abril 01, 2006
INJAZZ 2006
ORQ. JAZZ MATOSINHOS
Praça da República (Montemor-o-velho)
31 Março 2006
CARLOS BICA "SINGLE"
Teatro Esther De Carvalho (Montemor-o-velho)
1 Abril 2006
HUGO ALVES TRIO
Teatro Esther De Carvalho (Montemor-o-velho)
7 Abril 2006
MÁRIO LAGINHA TRIO
Igreja de Santa Maria de Alcáçova (Castelo de Montemor-o-velho)
8 Abril 2006
PREÇO:
Bilhete individual até aos 18 anos (inclusive): 2,5 €
Bilhete individual: 3,5 €
Bilhete de Casal: 5 €
Bilhete quatro dias: 7,5 €
Praça da República (Montemor-o-velho)
31 Março 2006
CARLOS BICA "SINGLE"
Teatro Esther De Carvalho (Montemor-o-velho)
1 Abril 2006
HUGO ALVES TRIO
Teatro Esther De Carvalho (Montemor-o-velho)
7 Abril 2006
MÁRIO LAGINHA TRIO
Igreja de Santa Maria de Alcáçova (Castelo de Montemor-o-velho)
8 Abril 2006
PREÇO:
Bilhete individual até aos 18 anos (inclusive): 2,5 €
Bilhete individual: 3,5 €
Bilhete de Casal: 5 €
Bilhete quatro dias: 7,5 €