eu nasci nesse maravilhoso ano que é 82! ano em que as Doce ganharam o festival da canção com o bonito tema “Bem Bom”. eu tive uma infância repleta de pequenos tesouros e sem dúvida os sábados de manhã eram a alegria, na verdadeira ascensão da palavra, sempre passados na cama dos meus pais a ver bonecos animados com o meu irmão. a ana dos cabelos ruivos, o tom sawyer, o bocas (que era a loucura que eu e o meu irmão partilhávamos) o dartacão, a volta ao mundo em oitenta dias, wickie o vicking, o dinossauro denver, o era uma vez a vida (o que eu vibrava com isto!), era uma vez o espaço, era uma vez o homem, as misteriosas cidades de ouro (os genéricos eram deliciosos!) as fábulas da floresta verde (a coisa mai linda do mundo), os ursinhos carinhos (acho que nem vale mais a pena falar da minha paixão por eles), os pequenos póneis, o he-men, as tartarugas ninja, o dr. magoo, a formiga atómica, os flinstones, os jetsons, a corrida mais louca do mundo, o speedy gonzalez, o bip bip, o tom&jerry, huckleberry hound, a heidi, o marco, um que era de futebol e o campo parecia curvo e levavam um episódio para atravessa-lo… eu vi a rua sésamo, eu tive “a minha agenda”, a colecção de cromos “tou” do bolicau, os cromos das pastilhas gorila que custavam 5 escudos, eu via “o agora escolha” com a vera roquette, o macgyver, o justiceiro e desesperava face ao “tv rural”. tive livros de colorir, tive aquele jogo com o mago magnético que acertava tudo “o sabichão” (sim! é por isso que sou tão inteligente), o alf, a novela “o roque santeiro”. eu comia os chocolates da Regina em forma de chapéu-de-chuva, ou aqueles com sabores de ananás, laranja e morango. eu chorava a ouvir o Vitinho ou o Carlos Paião cantar “A cinderela”. eu subia ás arvores, esfolava os joelhos, tinha caixas de sapatos com bichos-da-seda e todas as semanas ia religiosamente encher um saco de plástico com folhas de amoreira, porque queria fazer “nascer borboletas”. gravava autenticas radionovelas em cassetes e músicas foleiras da rádio cidade (sim! ouví a rádio cidade!). li, bem à vontade, os primeiros trinta livros da colecção uma aventura. apaixonei-me pelo rapaz com quem dancei pela primeira e única vez “a lambada” esse grande hit menosprezado "o tal que hoje faz anúncios da sumol e no outro dia estava no tropical com a Maria do Céu Guerra e é obviamente gay, porque gajo nenhum no seu perfeito juízo dançou a lambada e permaneceu macho). eu tive um cubo mágico (acreditava que quando fosse grande ia ter uma scooter e um cubo mágico, porque as pessoas fixes tinham essas duas coisas. eu ia ser fixe!). eu joguei à macaca, ás escondidas, à apanhada, ao bate pé, ao elástico, ao reizinho manda. eu fingia que fumava cigarros de chocolate, comia pintarolas, tive pega monstros, uma tabuada ratinho, playmobil, lego, um carrinho de rolamentos, um spectrum (que levava horas a carregar). obviamente também tive barbies, barriguitas e pinypons e ainda me lembro do cheiro do sabonete feno de Portugal. lembro-me do grande Sérgio Godinho e os amigos do Gaspar e havia uma série o cão vagabundo que era a coisa mais adorável do mundo. eu cantava as músicas dos onda choc e dos mini stars. eu sabia dizer a equipa toda do Sporting (na altura em que o Marinho Peres… meu deus… era treinador) na ponta da língua sem hesitações e as posições dos jogadores. hoje em dia permaneço fiel ao cerelac, ás canetas bic, ás pastilhas gorila. nunca na minha vida comprei uma revista bravo, bebi capri-sonne (digo isto com algum desgosto) e nunca usei quitoso! só não compreendo porque raio a dada altura desapareceu para todo o sempre, o maior programa de entretenimento dos anais da televisão portuguesa, os jogos sem fronteiras!
olha tanto revivalismo em menos de uma hora!!!
ahh! a propósito da rua sésamo... http://www.youtube.com/watch?v=44-eTs4qU54 http://www.youtube.com/watch?v=8ZSdhGs9G5c
Catarina, é claro que tu amavas! nota-se! não enganas ninguém! :)
Ana, bem... 90% do que escreveste também descreve a minha infância (e porque é que isso não me surpreende...), agora tu não saberes o nome do Tsubasa?! é inadmissível!!!! é quase um sacrilégio!!! no entanto fizeste-me recordar o cão vagabundo... coisa boa!
eu acho que ganho a todos,claramente! porque,apesar de ter chegado apenas em oitenta e quatro, eu chorava todas as lágrimas do mundo e escondia-me num canto da minha querida casa, quando portugal perdia nos jogos sem fronteiras.[hoje choro qd vejo o eládio clímaco].
lembrei-me entretanto de uma outra coisa que adorava de paixão a alice no país das maravilhas. e havia uma série a ilha da fantasia que era quase tão boa quanto o fantástico barco do amor. depois ainda havia a casa na pradaria com o inesquecível michael landon, a Life goes on. estas coisas mexem comigo de uma maneira... 90%?!?! tiveste barbies, dançaste a lambada, cantavas a música do "biquini às bolinhas amarelas", fazias pseudo programas de rádio que gravavas em cassetes e sabias a equipa do sporting na altura do marinho peres?!?! custa-me a acreditar... e eu nem falei de metade
martinha, eu cheguei a ter o sonho de participar nos jogos sem fronteira... e quando Portugal perdia ficava bem fulo mas, como típico português, acabava sempre por considerar que tínhamos sido roubados.
ana, realmente foi erro meu essa percentagem. eu nem televisão tinha e passava os dias a jogar à bola e a tirar macacos do nariz como qualquer rapaz...
no entanto já fui apaixonado pela Kellie Martin, sabia a música toda do Life goes on e do Love Boat. o meu pai permitia-me sair sempre do seu Fiat 127 verde escuro pela porta "tipo à 3 duques". falava vezes sem conta para o relógio pois achava que surgiria o dia que o Fiat 127 verde escuro do meu pai acabaria por accionar a sua luz vermelha, bem à frente do radiador, tal como o Kitt. tinha a infeliz ideia de utilizar o meu cão Jackie como meio de transporte tal como o He-man utilizava o seu fiel leão. criava todas as semanas um novo clube, juntamente com os meus 3 inseparáveis, em que invariavelmente eu era o presidente, ou o vice-presidente, ou o tesoureiro ou o secretário das actas (como éramos quatro era difícil ficar sem um deste cargos...). fui vezes sem conta o D'artagnan, o Miguelangelo das Tartarugas Ninja ou o Face dos Soldados da Fortuna (como éramos 4 inseparáveis cada um já tinha a sua personagem fixa). percorria todas as tardes meio mundo de bicicleta. era tão viciado em n'Os Homens da Segurança que passados 10 anos de ter terminado, o meu primeiro comentário ao ver o Ivan (nessa altura de cabelo comprido e bem mais crescido) foi: "este rapaz participou n'Os Homens da Segurança e fazia de filho do Nicolau Breyner"...
Ana, quem quer que sejas, muito, muito obrigada por esta fabulosa viagem ao passado. A tua infância é a minha. E não podia ter sido mais rica. Nós, os da geração de 70, fomos, por aí, uns privilegiados.
8 Comments:
Amava ... AMAVA!
eu nasci nesse maravilhoso ano que é 82! ano em que as Doce ganharam o festival da canção com o bonito tema “Bem Bom”. eu tive uma infância repleta de pequenos tesouros e sem dúvida os sábados de manhã eram a alegria, na verdadeira ascensão da palavra, sempre passados na cama dos meus pais a ver bonecos animados com o meu irmão. a ana dos cabelos ruivos, o tom sawyer, o bocas (que era a loucura que eu e o meu irmão partilhávamos) o dartacão, a volta ao mundo em oitenta dias, wickie o vicking, o dinossauro denver, o era uma vez a vida (o que eu vibrava com isto!), era uma vez o espaço, era uma vez o homem, as misteriosas cidades de ouro (os genéricos eram deliciosos!) as fábulas da floresta verde (a coisa mai linda do mundo), os ursinhos carinhos (acho que nem vale mais a pena falar da minha paixão por eles), os pequenos póneis, o he-men, as tartarugas ninja, o dr. magoo, a formiga atómica, os flinstones, os jetsons, a corrida mais louca do mundo, o speedy gonzalez, o bip bip, o tom&jerry, huckleberry hound, a heidi, o marco, um que era de futebol e o campo parecia curvo e levavam um episódio para atravessa-lo…
eu vi a rua sésamo, eu tive “a minha agenda”, a colecção de cromos “tou” do bolicau, os cromos das pastilhas gorila que custavam 5 escudos, eu via “o agora escolha” com a vera roquette, o macgyver, o justiceiro e desesperava face ao “tv rural”. tive livros de colorir, tive aquele jogo com o mago magnético que acertava tudo “o sabichão” (sim! é por isso que sou tão inteligente), o alf, a novela “o roque santeiro”. eu comia os chocolates da Regina em forma de chapéu-de-chuva, ou aqueles com sabores de ananás, laranja e morango. eu chorava a ouvir o Vitinho ou o Carlos Paião cantar “A cinderela”. eu subia ás arvores, esfolava os joelhos, tinha caixas de sapatos com bichos-da-seda e todas as semanas ia religiosamente encher um saco de plástico com folhas de amoreira, porque queria fazer “nascer borboletas”. gravava autenticas radionovelas em cassetes e músicas foleiras da rádio cidade (sim! ouví a rádio cidade!). li, bem à vontade, os primeiros trinta livros da colecção uma aventura. apaixonei-me pelo rapaz com quem dancei pela primeira e única vez “a lambada” esse grande hit menosprezado "o tal que hoje faz anúncios da sumol e no outro dia estava no tropical com a Maria do Céu Guerra e é obviamente gay, porque gajo nenhum no seu perfeito juízo dançou a lambada e permaneceu macho). eu tive um cubo mágico (acreditava que quando fosse grande ia ter uma scooter e um cubo mágico, porque as pessoas fixes tinham essas duas coisas. eu ia ser fixe!). eu joguei à macaca, ás escondidas, à apanhada, ao bate pé, ao elástico, ao reizinho manda. eu fingia que fumava cigarros de chocolate, comia pintarolas, tive pega monstros, uma tabuada ratinho, playmobil, lego, um carrinho de rolamentos, um spectrum (que levava horas a carregar). obviamente também tive barbies, barriguitas e pinypons e ainda me lembro do cheiro do sabonete feno de Portugal. lembro-me do grande Sérgio Godinho e os amigos do Gaspar e havia uma série o cão vagabundo
que era a coisa mais adorável do mundo. eu cantava as músicas dos onda choc e dos mini stars. eu sabia dizer a equipa toda do Sporting (na altura em que o Marinho Peres… meu deus… era treinador) na ponta da língua sem hesitações e as posições dos jogadores.
hoje em dia permaneço fiel ao cerelac, ás canetas bic, ás pastilhas gorila. nunca na minha vida comprei uma revista bravo, bebi capri-sonne (digo isto com algum desgosto) e nunca usei quitoso!
só não compreendo porque raio a dada altura desapareceu para todo o sempre, o maior programa de entretenimento dos anais da televisão portuguesa, os jogos sem fronteiras!
olha tanto revivalismo em menos de uma hora!!!
ahh! a propósito da rua sésamo...
http://www.youtube.com/watch?v=44-eTs4qU54
http://www.youtube.com/watch?v=8ZSdhGs9G5c
Catarina, é claro que tu amavas! nota-se! não enganas ninguém! :)
Ana, bem... 90% do que escreveste também descreve a minha infância (e porque é que isso não me surpreende...), agora tu não saberes o nome do Tsubasa?! é inadmissível!!!! é quase um sacrilégio!!! no entanto fizeste-me recordar o cão vagabundo... coisa boa!
beijos para duas meninas bonitas
eu acho que ganho a todos,claramente! porque,apesar de ter chegado apenas em oitenta e quatro, eu chorava todas as lágrimas do mundo e escondia-me num canto da minha querida casa, quando portugal perdia nos jogos sem fronteiras.[hoje choro qd vejo o eládio clímaco].
lembrei-me entretanto de uma outra coisa que adorava de paixão a alice no país das maravilhas. e havia uma série a ilha da fantasia que era quase tão boa quanto o fantástico barco do amor. depois ainda havia a casa na pradaria com o inesquecível michael landon, a Life goes on.
estas coisas mexem comigo de uma maneira...
90%?!?! tiveste barbies, dançaste a lambada, cantavas a música do "biquini às bolinhas amarelas", fazias pseudo programas de rádio que gravavas em cassetes e sabias a equipa do sporting na altura do marinho peres?!?! custa-me a acreditar... e eu nem falei de metade
martinha, eu cheguei a ter o sonho de participar nos jogos sem fronteira... e quando Portugal perdia ficava bem fulo mas, como típico português, acabava sempre por considerar que tínhamos sido roubados.
ana, realmente foi erro meu essa percentagem. eu nem televisão tinha e passava os dias a jogar à bola e a tirar macacos do nariz como qualquer rapaz...
no entanto já fui apaixonado pela Kellie Martin, sabia a música toda do Life goes on e do Love Boat. o meu pai permitia-me sair sempre do seu Fiat 127 verde escuro pela porta "tipo à 3 duques". falava vezes sem conta para o relógio pois achava que surgiria o dia que o Fiat 127 verde escuro do meu pai acabaria por accionar a sua luz vermelha, bem à frente do radiador, tal como o Kitt. tinha a infeliz ideia de utilizar o meu cão Jackie como meio de transporte tal como o He-man utilizava o seu fiel leão. criava todas as semanas um novo clube, juntamente com os meus 3 inseparáveis, em que invariavelmente eu era o presidente, ou o vice-presidente, ou o tesoureiro ou o secretário das actas (como éramos quatro era difícil ficar sem um deste cargos...). fui vezes sem conta o D'artagnan, o Miguelangelo das Tartarugas Ninja ou o Face dos Soldados da Fortuna (como éramos 4 inseparáveis cada um já tinha a sua personagem fixa). percorria todas as tardes meio mundo de bicicleta. era tão viciado em n'Os Homens da Segurança que passados 10 anos de ter terminado, o meu primeiro comentário ao ver o Ivan (nessa altura de cabelo comprido e bem mais crescido) foi: "este rapaz participou n'Os Homens da Segurança e fazia de filho do Nicolau Breyner"...
enfim... e eu nem de 5% falei!...
Ana, quem quer que sejas, muito, muito obrigada por esta fabulosa viagem ao passado. A tua infância é a minha. E não podia ter sido mais rica. Nós, os da geração de 70, fomos, por aí, uns privilegiados.
E, obviamente, um grande obrigada ao JN, por ter despoletado estes tesourinhos...
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