segunda-feira, maio 08, 2006


Na véspera de não partir nunca
Ao menos não há que arrumar malas
Nem que fazer planos em papel
Para o partir ainda livre do dia a seguir
Não há nada que fazer

Por isto tudo, por ter pensado o tudo
É ter chegado a nada...

Grande sossego de não ter que ter sossego
Tranquilidade a que nem sabe encolher os ombros
Grande alegria a de não ter de ser alegre todos os dias
é véspera de não partir nunca...

Álvaro de Campos
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